Um stand em Vila do Conde burlou, alegadamente, centenas de clientes ao vender carros elétricos com contratos de aluguer de baterias expirados ou inválidos. Novos donos têm agora o seu veículo elétrico bloqueado.
Burla com baterias para carros elétricos
Centenas de pessoas podem ter sido burladas depois de comprarem carro elétrico com contrato de aluguer de baterias inválido.
Segundo noticiou o JN, mais de uma centena de pessoas que adquiriram carros elétricos importados num stand ficaram com os seus carros bloqueados depois de verem os contratos de aluguer de bateria, que desconheciam, ser bloqueados.
O caso ocorreu em Vila do Conde e afetou vários clientes finais, empresas e até as Câmaras Municipais de Vila Pouca de Aguiar e Oliveira do Bairro, existindo já várias queixas desta situação no Portal da Queixa e na Justiça.
Os lesados adquiriram viaturas Renault Zoe ao Stand que prometia um carro com baterias próprias e um preço mais baixo que podia chegar a menos 3000 euros quando comparado com a concorrência.
Veículos elétricos tinham afinal um contrato de aluguer de baterias vinculado
No entanto, mesmo com a fatura a indicar a compra de uma “viatura sem aluguer de bateria” e com registo de propriedade sem reserva de propriedade, os proprietários destes carros têm sido surpreendidos ao encontrar o seu carro bloqueado e com informação de carga bloqueada.
Em resposta às queixas, o stand indicou aos seus clientes que contactassem a Mobilize Financial Services (a financeira do grupo Renault, antiga RCI), empresa que afinal seria dona do contrato de aluguer e teria bloqueado as baterias.
Esses contratos, cujos lesados indicam nunca ter sido referido, foram afinal realizados no estrangeiro em nome de uma empresa importadora, que por sua vez vendeu as viaturas elétricas ao Stand. Ambas as empresas partilham a mesma morada Fiscal.
Em resposta a esta questão, a Mobilize Financial Services indica que não tinha conhecimento do caso até receber as reclamações dos lesados (18 reclamações até ao momento) aportando que os contratos foram realizados no estrangeiro e, por isso, a responsabilidade do bloqueio das baterias de carros elétricos é do país de origem.
Além disso, refere ainda que tentaram contactar os responsáveis do stand e a empresa importadora, sem sucesso, e que, ao abrigo do contrato de aluguer, em caso de exportação da viatura, o vendedor tem a obrigação de informar o novo comprador que a bateria está sujeita a contrato de aluguer, que passará a ser gerido pelo país de destino.
Já o Stand defende-se que o contrato cessa com a exportação e que pondera avançar com uma ação em tribunal contra a financiadora uma vez que os contratos não são válidos em Portugal.
As denúncias, algumas feitas em 2021, estão agora a ser investigadas pela Polícia Judiciária para averiguar se houve lugar a burla, continuando os clientes com o carro bloqueado a aguardar a resolução deste problema.