Trabalhadores da GE Renewable preocupados com declínio na Europa

GE aerogerador Haliade-X

A General Eletric não está a viver os seus melhores dias. A divisão GE Power tem vindo a arrastar as contas da empresa há quase 2 anos, muito devido à aposta falhada que fez no carvão e gás natural, e a divisão GE Renewable não tem a força necessária para se salvar.

Só em 2018 foram mais de 160 milhões de dólares perdidos, contrabalançando com o ganho de há um ano de 77 milhões de dólares!

Informações recolhidas de um relatório da consultora francesa SECAFI em que advertem que a GE mudou radicalmente nos últimos anos e que atualmente tem que assumir essa responsabilidade.

Um dos seus principais problemas são a falta de liquidez para continuar com as operações, que em 10 anos baixaram de 47000 milhões de dólares para 4,7 milhões de dólares. Sendo que os seus lucros brutos começaram a ser negativos em 2015, mas em 2018 caíram mais de 15%!

A GE diz que o negócio entre a Gas Power e a GE Power será restruturado, sendo que essa restruturação irá ocorrer nos próximos meses com uma redução de custos cerca de 20% a nível empresarial e 800 milhões de na Gas Power.

GE apostou forte no gás natural e carvão e perdeu

A gestão da GE Renewables também irá mudar, sendo que vão reduzir os ativos de capitais para gerir o risco.

A venda de ativos é a principal fonte de lucro da GE. E nos últimos 3 anos, a empresa tem vendido muitos ativos, sendo que é a atividade que gera mais de 80% do seu efetivo! E nesses últimos 3 anos, o principal destino dos seus ganhos foi o pagamento de dividendos aos acionistas. Em 2016 apenas representava 21%, em 2019 passou para 47%!

Mesmo pagando dividendos aos acionistas, a GE tem um grande problema de dívida, pois durante a direção do CEO Jeffrey Immelt, adquiriram vários negócios por todo o setor energético e agora sofrem um desastre.

Por outro lado, as divisões de Aviação e Saúde estão de boa saúde, só que não é suficiente para cobrir toda a dívida do grupo! Dívida que é superior ao valor da empresa em bolsa, acima de 1100 milhões de dólares!

A estratégia passa por tentar melhorar a cotação das suas ações, motivo pelo qual destinam grande parte dos seus lucros a pagar dividendos! Mas há que ter em conta que é uma visão a curto prazo, pois se vendem as empresas rentáveis para pagar dividendos, ficas sem ativos para o futuro, bem como ficas sem dinheiro para continuar com os negócios!

Fontes oficiais da GE, asseguraram que estas afirmações são erradas, até porque o conselho de administração da GE aprovou um dividendo de 0.01 dólar por ação. O que significa que é um corte de 60% relativamente aos dividendos pagos no ano 2018.

Futuro de incertezas para a General Electric

No passado 14 de maio, houve uma reunião entre sindicatos e a direção da GE, sendo que o CEO e o presidente da empresa Larry Culp não estiveram presentes! Facto que levou os representantes dos trabalhadores a manifestarem a sua preocupação com a estratégia levada a cabo pela empresa, nomeadamente a descentralização e venda de ativos!

Por exemplo em França, foram anunciados o corte de 1044 empregos e o encerramento de algumas fábricas marítimas, pois não conseguem fechar acordos para vender as máquinas! Enquanto nas fábricas terrestres vão saindo projetos, sendo que há pedidos de potência de 2GW na Suécia, Austrália, etc… mas a eólica marinha, está na corda bamba, pois os trabalhadores temem que se não forem fechados acordos, esta será a próxima divisão a ser vendida.

Os aerogeradores GE não conseguem entrar no mercado marítimo europeu

Já não fazia sentido, a GE apostar nas energias renováveis para salvar a empresa, então a decisão que a Grid Solutions tomou, de mudar a GE Power para a divisão GE Renewables é de aplaudir.

Quanto à GE, fontes garantem que a aposta é clara, setor marítimo e eólica em geral. Sendo que um grande passo foi a aprovação do Estado Francês para que possam avançar com projetos eólicos marítimos.

Em Espanha, a GE emprega mais de 4000 pessoas, sendo que apenas a divisão GE Renewable tem mais de 2500 trabalhados, sendo que grande parte trabalha no Centro de I+D Barcelona, o epicentro tecnológico mundial da General Electric Eólica.

Aceda ao relatório SECAFI aqui.

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