Poluição na China cresceu tanto que já está a afetar o desempenho dos painéis solares em até 15%
A China tornou-se o país número um em termos de novas instalações de energia solar, produzindo menos de um gigawatt em 2010 e conseguindo produzir 130 gigawatts em 2017. Na verdade, metade das instalações solares feitas em 2017 estavam na China.
Além disso, o país tem como meta uma produção de 400 gigawatts até 2030, um plano ambicioso que agora pode ser afetado devido ao aumento dos níveis de poluição.
Segundo a pesquisa do ETH Zurich, a poluição atmosférica na China atenuou a luz solar de tal forma que está a afetar a produção de energia solar em até 15%.
Uma perda de aproximadamente 14 terawatts-hora de energia solar a cada ano
Segundo a pesquisa, comparando os níveis de poluição 1960 a 2015, a China tem vindo a perder a luz solar de forma significativa, com regiões industriais mais afetados pela apresentação de uma redução na eficiência solar, de 20 para 28%.
O problema foi causado pela dependência do carvão pelo setor industrial, que é hoje um dos setores mais importantes para o país.
De acordo com a análise, se a China tivesse a mesma qualidade do ar do que em 1960, isso poderia resultar num aumento de até 13% de energia solar, o que traria benefícios económicos de entre 5.000 a 7.000 milhões de euros para 2030.
De acordo com os cálculos da pesquisa, a poluição está a custar à China uma perda de aproximadamente 14 terawatts-hora de energia solar a cada ano, algo como 1.900 milhões de dólares, de acordo com ETH Zurich.
E o pior é que não há sinais de que isso vá diminuir, apesar dos pesados investimentos em energia limpa.
Por esta razão, a pesquisa sugere que, embora a China esteja a investir mais dinheiro do que qualquer outro país do mundo em energia renovável e tecnologia para melhorar cada vez mais a eficiência de painéis solares, é necessário criar um plano estratégico para limpar o ar o mais rápido possível, já que, se continuar desta forma, as perdas energéticas e financeiras continuarão a aumentar.