Uma equipa da Universidade da Califórnia em Los Angeles desenvolveu uns inovadores painéis orgânicos semitransparentes que podem ser instalados em estufas para gerar energia e ainda ajudar no crescimento das plantas.
Inovadoras células solares semitransparentes ajudam a produzir energia e a crescer as plantas em simultâneo
Uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) desenvolveu um inovador sistema de células solares orgânicas semitransparentes.
Estas são ideais para ser aplicadas em estruturas que obriguem a deixar passar alguma luz, como é o caso das estufas.
Embora o conceito seja inovador, o desenvolvimento deste conceito não foi fácil, ao ultrapassar alguns obstáculos e desafios relacionados com a estabilidade deste sistema.
Estas células solares orgânicas degradam-se mais rapidamente que as células convencionais, dado que a luz solar faz com que os materiais orgânicos se oxidem mais rapidamente e percam eletrões.
Para resolver este problema, a equipa adicionou uma nova camada de L-glutationa, uma substância habitualmente vendida como suplemento dietético antioxidante.
Desta forma, conseguiram prolongar a vida útil das células solares e ainda aumentar a sua eficiência.
Novo conceito testado em protótipo colocado numa estufa
Para testar a eficácia destas novas células solares orgânicas semitransparentes, a equipa de investigação criou duas estufas, uma coberta com painéis solares com esta nova substância e outra com a versão inicial destas células.
Segundo os resultados registados, os painéis que incluiam uma camada com L-glutationa mantiveram mais de 80% de eficiência ao fim de 1000 horas de uso contínuo, um valor bastante superior aos testes sem esta substância cuja eficiência caiu abaixo dos 20%.
Além disso, estes painéis registaram uma eficiência de conversão de energia de 13.5% e uma transmitância de luz de 21.5%.
Além da luz solar que estes painéis permitem passar para as plantas, foi também registado um outro efeito bastante positivo no crescimento do cultivo de trigo, feijão e brócolos.
Como a L-glutationa bloqueia a luz ultravioleta, que pode inibir o crescimento das plantas, e a luz infravermelha, que causa sobreaquecimento e um maior consumo de água, foi possível assegurar um crescimento mais rápido do cultivo.
A equipa da UCLA pretende agora avançar para o fabrico industrial destas células de forma a poder comercializar estufas verdes com estes painéis incorporados na cobertura.
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