Japão testa turbina de energia das marés em fevereiro

Primeiro teste de turbina de energia das marés

Primeira turbina de energia das marés será instalada junto às Ilhas Goto, Nagasaki

O Japão está a preparar-se para dar início aos testes da sua primeira turbina de energia das marés já no próximo mês de fevereiro de 2021! O modelo em testes, é um modelo gerado a computador e será instalado próximo das Ilhas Goto, Nagasaki.

Esta turbina de energia das marés irá gerar energia através do aproveitamento do fluxo das marés do oceano, ou seja, aquando da preia-mar e da baixa-mar, resulta de uma parceria do Ministério do Ambiente japonês com uma empresa regional de eletricidade.

O teste, conduzido pela subsidiária Kyushu Electric Power Co., vai assim abrir caminho à introdução em larga escala do aproveitamento da energia das marés como uma nova fonte de energia renovável.

Objetivo que o Governo Japonês pretende alcançar, visto que tem a promessa de se tornar neutro em carbono até 2050.

Primeiro teste de turbina de energia das marés
Primeiro teste de turbina de energia das marés

Características da turbina de energia das marés

A turbina de energia das marés gera eletricidade ao ser colocada no fundo do mar, que é virada duas vezes por dia devido à mudança das marés. Ao contrário das energias solares e eólicas, que sofrem com as mudanças climatéricas, as marés são sempre constantes, seguem um ciclo e por isso é possível prever o fluxo de energia.

No Japão existem zonas de mar com fluxos de maré acima de um metro por segundo, sendo essa a condição ideal para gerar energia a partir das marés!

A aposta neste tipo de geração de energia é recente, apesar de nos anos 1990 ter havido alguns projetos nesse sentido, mas na altura as energias geotermais e nucleares tiveram prioridade.

Assim, só em 2014 é que se voltou a falar da energia das marés, depois de o Ministro do Ambiente japonês ter lançado um projeto em que promovia a comercialização da energia das marés, tendo dado início à procura por um fabricante doméstico para as turbinas.

Só que essa parceria acabou por não resultar devido à baixa margem de lucro do projeto. Motivo pelo qual agora o ministério vai usar uma turbina produzida por uma firma britânica que já se encontra no mercado das turbinas de energia das marés.

O gerador, com 25 metros de altura e 500kW de potência chegou ao Japão no meio de dezembro de 2020, e vai ser instalado no Estreito de Naruseto nas Ilhas Goto, Nagasaki, a cerca de 40 metros de profundidade.

Nesta zona do estreito as marés têm fluxos até 3 metros por segundo!

Objetivo do primeiro teste turbina de energia das marés

Este teste da turbina de energia das marés vai servir para avaliar o desempenho e capacidade de produção da turbina, além de permitir também avaliar outros procedimentos legais e preocupações da comunidade devido ao local em que será instalada.

É que na zona de Nagasaki há um enorme fluxo de movimento relacionado com a indústria de construção de navios e este projeto irá ter também uma zona de manutenção destas turbinas e assim ver como poderá contribuir para a economia local.

Em termos práticos, esta nova forma de produção de energia pode vir a ser uma solução para comunidades de ilhas distantes, separadas das redes elétricas do continente. Pois atualmente essas comunidades geram energia a partir de geradores a diesel, sendo poluentes, e assim mudar para a energia produzida pela turbina de energia das marés irá permitir a reduzir as emissões de gases de efeito de estufa.

Mas ainda há um grande problema para esta tecnologia poder ser aplicada a larga escala, o seu preço! A energia solar e eólica custa cerca de 20 ienes/kWh (16 cêntimos de euro), mas a energia gerada pelas marés custa o dobro!

Assim outro objetivo deste teste da primeira turbina de energia das marés é encontrar outras formas de a tornar mais eficiente e assim baixar o seu preço final!

O teste terá início durante o mês de fevereiro de 2021 e está programado para continuar até final de março de 2021, mas o Ministério do Ambiente equaciona prolongar o período, até porque a subsidiária responsável pela instalação e funcionamento da turbina ainda tem que adquirir o conhecimento para instalar e operar a turbina!

Deixe um Comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Rolar para cima