A Toyota acaba de apresentar a terceira geração do seu sistema de pilha de combustível a hidrogénio, prometendo um aumento de 20% na eficiência energética face à geração anterior.
Apesar dos avanços técnicos, as vendas de veículos movidos a hidrogénio continuam estagnadas, e a infraestrutura de abastecimento na Europa, incluindo em Portugal, ainda é insuficiente.
Toyota continua a apostar no Hidrogénio
A nova geração do sistema de hidrogénio da Toyota é mais compacta, leve e oferece o dobro da vida útil em comparação com a tecnologia anterior.
A empresa afirma que a eficiência energética melhorou em 20%, o que pode traduzir-se num aumento equivalente na autonomia dos veículos. Além disso, o sistema foi concebido para ser “livre de manutenção”, uma vantagem significativa para os utilizadores.
No entanto, os números de vendas contam uma história diferente. Em 2022, a Toyota vendeu apenas 1.778 veículos movidos a hidrogénio em todo o mundo, uma queda de 55,8% face ao ano anterior. O Hyundai Nexo, outro modelo que utiliza tecnologia semelhante, também enfrenta dificuldades.
A infraestrutura: o maior obstáculo
Um dos principais desafios para a adoção em massa de veículos a hidrogénio é a falta de infraestrutura de abastecimento. Em Portugal e no resto da Europa, as estações de hidrogénio, conhecidas como “hidrogeneras“, são escassas. A Toyota já propôs soluções para este problema, mas até agora, nenhuma foi implementada a nível comercial.
Apesar disso, a empresa mantém o otimismo. “O hidrogénio é uma peça fundamental para a mobilidade sustentável, especialmente para veículos comerciais e transporte pesado”, afirma um porta-voz da marca.
Hidrogénio vs. Elétricos: uma batalha desigual
Enquanto o mercado de veículos elétricos a bateria cresce rapidamente, o hidrogénio parece ficar para trás. A União Europeia continua a considerar o hidrogénio como uma opção viável para o futuro, especialmente para setores onde a eletrificação total é mais difícil de alcançar, como o transporte de mercadorias e autocarros de longa distância.
A Toyota, no entanto, não está a colocar todos os ovos no mesmo cesto. A empresa continua a investir em várias tecnologias, incluindo veículos elétricos a bateria e híbridos, enquanto mantém o hidrogénio como parte da sua estratégia de longo prazo.
O que isto significa para si?
Se está a considerar um veículo a hidrogénio, como o Toyota Mirai, é importante pesar os prós e os contras. Por um lado, a tecnologia oferece maior autonomia e tempos de abastecimento comparáveis aos veículos a gasolina. Por outro, a falta de infraestrutura e o custo inicial mais elevado podem ser obstáculos significativos.
Para a indústria, a aposta da Toyota no hidrogénio é um sinal de que a tecnologia ainda tem potencial, mas o seu sucesso dependerá de investimentos significativos em infraestrutura e de um maior apoio por parte dos governos e da sociedade.
Enquanto isso, a Toyota continua a inovar, provando que o hidrogénio ainda pode ter um lugar no futuro da mobilidade sustentável.