O projecto de energia eólica “WindFloat”, da EDP, um investimento de 20 milhões de euros que vai ser testado na Póvoa de Varzim, poderá permitir a criação de cerca de “oito mil postos de trabalho” em Portugal.
A convicção é do director do departamento EDP Inovação que, hoje de manhã, participou numa sessão de esclarecimento para apresentação desta estrutura que está a ser montada na Lisnave, em Setúbal, e que dentro de pouco tempo vai ser submersa ao largo da Póvoa de Varzim.
Além de “mudar a forma como Portugal tira proveito da sua costa marítima”, João Gonçalo Maciel acredita que a energia eólica poderá ainda “revitalizar vários sectores da economia nacional”, como a “construção e a reparação naval”, ao criar milhares de postos de trabalho, “valorizando ainda as empresas nacionais e internacionais”.
Já a nível europeu, prevê-se que esta indústria sustente, nos próximos anos, cem mil empregos.
Após a instalação ao largo da costa da Póvoa de Varzim, o “WindFloat” será “monitorizado” por um período de cerca de dois anos, de forma a “garantir a sua operacionalidade”, frisou João Gonçalo Maciel.
A partir de 2014, a EDP, que tem os direitos assegurados da comercialização desta tecnologia, poderá avançar para a construção de um mini-parque, com cerca de cinco unidades, que “valide conceitos a uma escala maior”.
Dois anos depois, poder-se-á avançar com a “comercialização” do equipamento, uma vez que a EDP está a apostar na “criação de competências que possibilitem iniciar uma capacidade produtiva nesta área”.
Para este projecto, a líder do projecto conta ainda com parcerias da americana Principle Power Inc, o fabricante de turbinas dinamarquês Vestas, a metalomecânica A. Silva Matos S.A., bem como o fundo de capital de risco do Estado português, InovCapital S.A.
O financiamento para a instalação desta estrutura foi assegurado pelas empresas envolvidas e contou ainda com um subsídio a fundo perdido do Fundo de Apoio à Inovação.
O “WindFloat” é uma tecnologia semi-submersível, semelhante a uma plataforma petrolífera com três pilares, sendo que num deles é instalada a torre eólica, com uma turbina.
Tem a vantagem de ser totalmente montada em terra e, posteriormente, será rebocada até ao local onde produzirá energia, ou seja, a seis quilómetros da orla litoral, a cerca de 60 metros de profundidade, na Póvoa de Varzim.
As freguesias mais próximas desta estrutura serão Aguçadoura, na Póvoa de Varzim, e Apúlia, Esposende.