Professor da USP critica barateamento da energia para a indústria

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O professor Edmilson Coutinho dos Santos, do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP) abriu os debates do segundo dia do XV Congresso Brasileiro de Energia (CBE) causando polêmica.

Pediu desculpas prévias à Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que abriga o evento da Coppe, e disse que a instituição e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estão erradas em lutar pelo barateamento da energia.

Para ele, “a política econômica tomou conta da política energética”, e isso trará prejuízos para o país. O modo de cobrança dos diferentes insumos vai frear investimentos e reduzir a competitividade não só das empresas de energia, com da indústria nacional.

No seu ponto de vista, a política para combustíveis, por exemplo, está inviabilizando a construção de novas refinarias. Na energia elétrica, que demanda investimentos para aumentar a confiabilidade no fornecimento e a segurança energética não é diferente. O tabelamento de gás nos postos também é equivocado, na opinião dele, e provocou falta do insumo nos Estados Unidos, nos anos 1970.

“No Brasil, onde todos os sistemas energéticos encontram-se extremamente capengas, é absurda essa prioridade para a energia barata. O foco deveria estar no investimento.

Com a política atual, os nossos projetos de eficiência energética ficarão na academia”, sentenciou, em palestra que abordou “O custo de energia como fator de produtividade”, em mesa sobre “Atratividade de novos investimentos no setor energético”, com moderação do professor Maurício Arouca, do Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe.

Na palestra seguinte, Renny Lopes, diretor de Projetos de Energia da Corporação Andina de Fomento (CAF), mostrou uma análise do cenário energético na América Latina e apontou potencial energético e necessidade de grande volume de investimento em infra-estrutura.

Eduardo Chagas, gerente do Departamento de Energia Elétrica da área de Infraestrutura do BNDES, expôs o perfil de investimentos do banco no setor, enfatizando o forte crescimento de aportes, nos últimos dez anos, e lembro o papel estratégico da instituição no fomento do desenvolvimento econômico brasileiro. Atualmente, o BNDES tem em carteira 340 projetos na área de energia.

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