O mito da energia eĆ³lica na Europa

Parque eĆ³lico - Energia EĆ³lica

Muitos defensores da energia eĆ³lica, incluindo o atual presidente (dos Estados Unidos) Barack Obama, apontam para a Europa como um exemplo de como bem-sucedida uma indĆŗstria de energia eĆ³lica pode ser.

Mas na realidade estarĆ” a energia eĆ³lica a ser benĆ©fica para a Europa?

A Alemanha lidera a Europa como o paĆ­s nĆŗmero um da uma energia eĆ³lica com 27.214 MW de capacidade instalada. A energia eĆ³lica na Alemanha gerou 37,3 TWh de eletricidade em 2010, que representaram 6,2% do consumo de energia do paĆ­s.

Esses nĆŗmeros indicam o sucesso para a indĆŗstria eĆ³lica na Alemanha, mas a que custo? O subsĆ­dio principal para a energia eĆ³lica na Alemanha Ć© conhecido como a tarifa feed-in.

Tem fornecido para a indĆŗstria tarifas protecionistas e acesso Ć  rede (elĆ©trica) com prioridade, a fim de estimular e manter a sua proeminĆŖncia na Alemanha. Segundo o Instituto de Pesquisa de Energia, o apoio do governo alemĆ£o para a indĆŗstria de energia eĆ³lica entre 2000 e 2010 um custo pesado de 28,1 bilhƵes dĆ³lares .

Em 2010, a GrĆ£-Bretanha foi o lar de mais de 270 parques eĆ³licos com 2.775 aerogeradores em operaĆ§Ć£o e os planos para a construĆ§Ć£o de mais 10.000. Mas de acordo com Ofgem , o regulador de energia na GrĆ£-Bretanha, os subsĆ­dios anuais para a energia verde jĆ” passaram de Ā£ 278.000.000 em 2002-3 para Ā£ 1.04 bilhƵes , ou mais de US $ 1,56 bilhƵes.

O subsĆ­dio dado principal para a energia verde, com aĀ energia eĆ³lica a receber os maiores benefĆ­cios, Ć© conhecida como ObrigaƧƵes RenovĆ”veis (RO). A RO exige uma percentagem fixa de poder ser produzido a partir de energias renovĆ”veis.

Muitos estados dos EUA tĆŖm exigĆŖncias semelhantes conhecidas como Renewable Portfolio Standards.

Dr. John Constable, diretor de polĆ­tica e pesquisa da Renewable Energy Foundation (REF), um think tank de energia verde, tem admitido ao The Telegraph que ā€œos planos do Governo para a energia eĆ³lica sĆ£o extremamente irrealistas.

A energia eĆ³lica vai ser muito cara, muito difĆ­cil e, finalmente, muito dispendiosa ā€ O professor Ian Fells, emĆ©rito de conversĆ£o de energia na Universidade de Newcastle upon Tyne, concorda: ā€œSubsidiar parques eĆ³licos Ć© muito caro, e o dinheiro poderia ser melhor aplicado investindo em outras formas de energia. ā€

A Espanha estĆ” passando por uma reaĆ§Ć£o semelhante, como resultado dos subsĆ­dios da energia eĆ³lica. Em 2008, a energia eĆ³lica, gerou 10,2 por cento do consumo elĆ©trico do paĆ­s, mas a procura por eletricidade caiu significativamente desde que a crise financeira global chegou.

O dĆ©ficit da Espanha, sistema de eletricidade Ć© agora superior a ā‚¬ 24 bilhƵes, ou US $ 30 bilhƵes por causa dos subsĆ­dios do governo.

Em outras palavras, o preƧo final pago pelos compradores de energia elĆ©trica, grandes e pequenos, tem sido mantido artificialmente baixo, em uma tentativa equivocada, sem dĆŗvida para conter a inflaĆ§Ć£o, proteger os consumidores e manter a competitividade da indĆŗstria espanhola.

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Isso colocou o sistema elĆ©trico todo espanhol em rota de colisĆ£o com a realidade econĆ³mica, e fez um crescente deficit tarifĆ”rio quase-inevitĆ”vel.

O custo dos subsĆ­dios da energia eĆ³lica estĆ£o prejudicando nĆ£o sĆ³ os contribuintes, mas as empresas e os consumidores tambĆ©m. Em muitos paĆ­ses europeus, como Espanha e Inglaterra, os fornecedores de energia devem adquirir uma certa quantidade de eletricidade produzida pela energia verde por megawatt-hora que passa a ser mais cara do que a energia de combustĆ­vel fĆ³ssil tradicional. Este requisito Ć© semelhante ao discutido acima conhecido como renawable portfolio standards nos Estados Unidos.

Os fornecedores de energia passam esse custo para as empresas, elevando os preƧos para os consumidores e tornando mais difĆ­cil para as empresas de permanecer no negĆ³cio. Este ciclo tem o efeito de lentamente sufocar a economia local.

Os programas governamentais daĀ energia eĆ³lica financiados em toda a Europa sĆ£o ainda mais caros quando a perda de emprego devido Ć  expansĆ£o da indĆŗstria de energia eĆ³lica Ć© adicionada.

Um estudo concluĆ­do na Espanha pela Universidad Rey Juan Carlos concluiu que, para cada megawatt de energia eĆ³lica instalada, 4,27 empregos foram perdidos no resto da economia espanhola.

Os subsĆ­dios governamentais para a indĆŗstria de energia eĆ³lica nĆ£o sĆ£o apenas ruins para os Estados Unidos, mas ruins em uma escala global. AlĆ©m de custar aos contribuintes em todo o mundo, bilhƵes e bilhƵes de dĆ³lares, ferem as economias locais, destruindo postos de trabalho e elevando o custo de fazer negĆ³cios.

A indĆŗstria eĆ³lica apoiada pelo governo estĆ” desapontando as pessoas da Europa e ao povo da AmĆ©rica. Ɖ hora de deixar a indĆŗstria eĆ³lica sobreviver sem ajuda do governo.

Vamos permitir que o seu destino seja determinado pelos consumidores individuais que conhecem suas prĆ³prias necessidades melhor do que qualquer governo poderia conhecer.

4 ComentĆ”rios em “O mito da energia eĆ³lica na Europa”

  1. VisĆ£o 'com palas' totalmente dirigida aos pontos negativos. Fala da reduĆ§Ć£o de 4,27 postos de trabalho por MW (que estudo 'credĆ­vel' foi esse?). E os postos criados por MW instalado? E o impacto positivo nos donos dos terrenos, nas cĆ¢maras (que recebem parte do dinheiro), no estado(impostos), nas empresas instaladoras, de obras e transportes. E o grande impacto que ainda nĆ£o vi ser comentado, na reduĆ§Ć£o dos preƧos do petrĆ³leo e gĆ”s, devido Ć  substituiĆ§Ć£o de parte dos consumos na produĆ§Ć£o elĆ©trica? E os subsĆ­dios bilionĆ”rios que sĆ£o distribuĆ­dos Ć s petrolĆ­feras e quase todos desconhecem (Obama descobriu 1 subs. anual de 4bi $ a fundo perdido)? esquecem-se que as centrais de energias convencionais sempre foram desenvolvidas com dinheiro 100% pĆŗblico, sĆ³ agora que isso tem sido alterado? Pelo menos nasrenovĆ”veis o investimento inicial Ć© em grande parte de capitais privados. Abriu a pestana agora?

  2. Claudio Bicudo MendonƧa

    Na verdade esta matĆ©ria nĆ£o leva em consideraĆ§Ć£o as externalidades positivas trazidas pelo subsĆ­dio Ć  energia eĆ³lica.

    Os prejuĆ­zos na saĆŗde publica, por exemplo, ocasionados pela poluiĆ§Ć£o gerada pelas fontes fĆ³sseis deixarĆ£o de existir.
    Os efeitos das mudanƧas climĆ”ticas, que jĆ” resultam em prejuĆ­zos ainda maiores, como a seca na CalifĆ³rnia, serĆ£o reduzidos.

    Os subsĆ­dios nĆ£o podem ser eternos. Mas sĆ£o importantes para que o desenvolvimento de novas tecnologias torne esta fonte economicamente viĆ”vel por conta prĆ³pria.

    As externalidades positivas e negativas de cada fonte precisam ser consideradas. Considero esta matĆ©ria muito reducionista. Ɖ preciso ter uma visĆ£o holĆ­stica sobre os fatos e nĆ£o pontual.

  3. JoĆ£o Carlos de Rezende

    OlĆ”,
    Concordo plenamente que a economia deve seguir seu caminho sozinha sem osĀ subsĆ­diosĀ do governo mas, eu nĆ£o entendi como a energia eĆ³lica provoca desemprego. Porque estes 4,27 postos de trabalho porĀ megawatts. NĆ£o entendi; seĀ alguĆ©mĀ puder meĀ explicarĀ eu agradeƧo.

    1. @JoĆ£o Carlos de Rezende,
      Pelo o que eu entendi o dinheiro destinado a subsidiar a energia eĆ³lica (que Ć© bem mais cara que outras fontes de energia) poderia ser utilizado em outras fontes mais eficiente e baratas de criaĆ§Ć£o de energia. Com energia barata a competitividade da indĆŗstria local aumenta.
      O problema Ć© o fato da energia eĆ³lica ser mais cara do que outras fontes de energia e precisa de subsĆ­dios para ser vendida a um preƧo mais baixo.
      Basta o governo espanhol diminui o subsĆ­dio a energia eĆ³lica que o preƧo da energia aumente e com isso diminui a competitividade da indĆŗstria espanhola, provocando desemprego.

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