Proposta da comissão Europeia vai reformular os mercados de eletricidade assim como providenciar incentivos para acelerar a implementação de energias renováveis.
Alteração legislativa pode permitir vender energia aos vizinhos
A proposta de alteração legislativa relativamente à arquitetura do mercado europeu de eletricidade foi apresentada pela comissária da Energia Kadri Simson e o objetivo principal é controlar os preços da energia.
Algumas das medidas para alcançar esse objetivo será por exemplo a “regulamentação de preços” que terá grande significado em situações de crise, no entanto existem outras tipologias de medidas para acelerar as energias renováveis e diminuir a utilização do gás no processo de produção de eletricidade.
A Comissão Europeia prevê assim tornar a eletricidade mais económica e a União Europeia bem mais independente, esta foi uma lição aprendida dos acontecimentos internacionais.
A expetativa de Bruxelas será triplicar a produção de energia limpa deverá triplicar na década.
A proposta apresentada prevê de igual forma reformular as regras de partilha de energia proveniente de fontes renováveis, o pretendido é tornar possível aos consumidores investirem em projetos de energia solar e eólica, sendo que poderão vender a energia excedente por exemplo aos vizinhos e não apenas aos comercializadores de eletricidade habituais.
Os moldes que possibilitarão este novo mecanismo ainda não são conhecidos, no entanto é certo que as entidades Europeia tudo farão para impulsionar as energias renováveis, de forma a conciliar esta necessidade de independência energética.
Crise energética na Europa não desapareceu
A comissária da Energia Kadri Simson frisou que: “Ainda não estamos livres da crise energética na Europa”, lembrando elevados e voláteis derivados do início de 2022, no seguimento da “guerra energética da Rússia contra a União Europeia”, que “sobrecarregaram excessivamente os consumidores de energia”.
Segundo Kadri Somson, a reformulação dos mercados de eletricidade da UE “não irá alterar a mecânica de formação de preços no mercado de curto prazo”, mas responde às “falhas” que ficaram expostas com a crise energética, permitindo”dissociação entre os preços da eletricidade e os preços do gás”, algo que é realmente muito importante, as medidas apresentadas moldarão o futuro e modelo energético Europeu.
Eliminar gradualmente o Gás será a maior aposta e desafio da União Europeia, para acautelar futuros picos de preços e potencial manipulação do mercado.
A proposta apresentada pela comissária será discutida no Parlamento Europeu e pelo Conselho, antes da potencial entrada em vigor.
“Apelo ao Parlamento para que trate este dossier como prioritário para que possamos concluir a resposta legislativa à crise energética o mais rápido possível”, frisou novamente Kadri Somson.