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A Universidade do Minho, em colaboração com a Efacec, está a trabalhar na industrialização de protótipos, desenvolvidos para monitorizar os consumos e a qualidade da energia eléctrica, em Portugal, e evitar perdas na distribuição.

O investigador João Luís Afonso, do Departamento de Electrónica Industrial, adiantou à Agência Lusa que os equipamentos «têm a função de compensar os harmónicos e os desequilíbrios de corrente, bem como de corrigir o factor de potência».

O chamado projecto Sinus, desenvolvido pela Universidade do Minho pretende, ainda, introduzir novas funcionalidades nos equipamentos. «Novos produtos são também alvo de investigação e desenvolvimento», adiantou o investigador.

Os protótipos, chamados Filtros Activos de Potência do Tipo Paralelo, foram demonstrados em quatro empresas, designadamente numa indústria têxtil (Lameirinho SA), farmacêutica (Alliance Healthcare SA), hospital (Pedro Hispano, em Matosinhos) e na universidade.

De acordo com João Luís Afonso, «os filtros ligam-se em paralelo com a rede eléctrica e fazem com que na fonte (a montante dos equipamentos onde são instalados) a corrente seja equilibrada (com a mesma amplitude nas três fases) e com factor de potência unitário», ou seja, com menos perdas nos circuitos de distribuição.

Interface entre renováveis e rede eléctrica

Os filtros são ainda capazes de servir como interface entre fontes de energias renováveis e a rede eléctrica.

O investigador referiu ainda que outros protótipos, os designados Monitorizadores de Qualidade de Energia, «observam, registam, e fazem cálculos sobre medidas de grandeza eléctrica ao longo de um curto ou longo espaço de tempo, para tirar conclusões acerca de consumos energéticos e identificar problemas de qualidade de energia».

«Com o desenvolvimento da Electrónica de Potência, os equipamentos ligados aos sistemas eléctricos evoluíram, melhorando em rendimento, controlo e custo, permitindo a execução de tarefas não possíveis anteriormente», assinala o investigador.

Contudo, observa João Luís Afonso, «esses equipamentos têm a desvantagem de não funcionarem como cargas lineares, consumindo correntes não equilibradas – sinusoidais em linguagem técnica – e dessa forma ¿poluindo¿ a rede eléctrica com harmónicos».

O investigador sublinha que «a presença de harmónicos nos sistemas de potência resulta num aumento das perdas relacionadas com o transporte e distribuição de energia eléctrica, em problemas de interferências com sistemas de comunicação e na degradação do funcionamento da maior parte dos equipamentos ligados à rede».

Os Filtros Activos permitem, assim, «compensar de forma dinâmica o factor de potência, os harmónicos e os desequilíbrios das correntes».

Para o cientista, o facto do projecto ter sido liderado pela Universidade Minho «prova que as universidades têm condições de desenvolver tecnologia, bastando para isso que tenham recursos».

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