Incentivos aos veículos elétricos
Nos últimos anos, o Governo em Portugal ofereceu incentivos para quem pretenda adquirir um veículo elétrico. Sem avançar com uma data concreta, o Secretário de Estado da Mobilidade em Portugal adiantou que esses incentivos “deixarão de fazer sentido”, mas que ainda “não é o momento” certo.
“A oferta do setor automóvel é cada vez maior e mais acessível e haverá no futuro uma evolução ao nível das baterias que reduzirá substancialmente a diferença entre o custo de um automóvel a combustão e um 100% elétrico… neste momento, ainda faz sentido este apoio”, disse Eduardo Pinheiro ao Jornal de Negócios.
Milhões para investir em carros elétricos
A médio prazo, os incentivos que o Governo português oferece, anualmente, para a aquisição de veículos elétricos poderão deixar de existir.
Mas, para 2022, a intenção do Secretário de Estado da Mobilidade é duplicar esse apoio, ou seja, cerca de 8 milhões de euros. Recorde-se que os incentivos em 2017 foram “poucos mais de 2 milhões de euros”. Passado dois anos, o valor aumentou para os 3 milhões, chegando aos 4 milhões de euros em 2020.
“A substituição de carros a combustão por carros elétricos não é a única solução, até porque o problema não é só a poluição e as emissões de gases com efeito de estufa, é também o congestionamento que temos nas cidades. Isso não se resolve com uma substituição direta entre um veículo e outro. Tem de haver um reforço do transporte público e aposta nos modos ativos, mas continuaremos a ter automóveis ligeiros e de mercadorias”, assegura Eduardo Pinheiro.
Transportes públicos em Portugal, qual o futuro?
Em relação aos transportes, o Secretário de Estado da Mobilidade defende que é mais importante melhor a quantidade e a qualidade da oferta do que os tornar gratuitos aos consumidores.
“O preço é um fator importante, mas não o defendemos. A prioridade foi torná-los acessíveis. Não há muitos exemplos disso a nível mundial. Poderá haver locais ou ligações em particular em que faça sentido essa gratuidade, agora, como um todo, para o país, não deve ser a prioridade. É preciso, sim, reforçar a qualidade dos transportes públicos e a quantidade, a densificação e a capilaridade. Esse é que é o investimento que temos de fazer para os próximos anos e em política é preciso tomar decisões”, realça.