2019 será outro ano recorde para a Geração Distribuída solar no Brasil
As novas instalações fotovoltaicas sob o esquema de medição líquida do Brasil aumentaram 137% no primeiro trimestre deste ano, segundo a consultora Greener.
Mercado de importação de painéis solares fotovoltaicos
As importações de módulos registaram um crescimento ainda maior, o que indica que o segmento de geração distribuída está a aumentar a um ritmo mais acelerado do que em anos anteriores.
No entanto, isso também pode refletir o fato de que os desenvolvedores estão a agir a alta velocidade para garantir as taxas atuais, já que a agência reguladora Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) quer introduzir mudanças para reduzi-las.
A geração de fonte solar distribuída poderia estabelecer outro ano recorde no Brasil, uma vez que novos sistemas foram instalados no primeiro trimestre com uma capacidade total de 140,6 MW sob o esquema de medição líquida, de acordo com um novo relatório da consultoria brasileira Greener.
A nova capacidade, escreveu os analistas Greener, representa 36,4% do recorde de 386,1 MW registados por geração distribuída no Brasil no ano passado e é 137% superior à capacidade de pequena escala adicionada nos três primeiros meses de 2018.
O Brasil atingiu um total de 715,8 MW sob o seu mecanismo de geração distribuída no final de março, de acordo com o relatório da consultora Greener.
Os principais estados são Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo, que possuem 147,4 MW, 117,1 MW e 87,8 MW, respetivamente.
As importações de módulos solares continuam a crescer
A Greener disse ainda que 525 MW de capacidade de painéis fotovoltaicos para todos os segmentos foram importados para o Brasil no período de janeiro a março, para um aumento de 32% no comparativo anual.
A importação de investidores para o segmento cresceu ainda mais, em torno de 230%, de 151 MW no primeiro trimestre do ano passado para 499 MW no último trimestre, informou a consultora.
Os módulos policristalinos representaram cerca de 81% das importações do trimestre, seguidos pelos produtos mono PERC (10%), os módulos monocristalinos (5%) e os policristalinos PERC (4%).
Possíveis mudanças na regulamentação
O aumento nas importações de módulos e investidores poderia, no entanto, representar uma recuperação no mercado antes das mudanças que o governo brasileiro está a considerar para a legislação de geração distribuída.
No seu relatório, a Greener descreve seis opções que o regulador de eletricidade, ANEEL, está a considerar o esquema de medição líquida aplicado a sistemas solares com capacidade de geração de até 5 MW.
Entre as propostas, apenas uma que é muito difícil de adotar (rotulada como alternativa zero) manteria a atual tarifa, que é dividida em partes constituintes para compensar os diferentes custos associados ao sistema fotovoltaico, incluindo transporte, distribuição, energia gerados, os encargos e perdas.
As outras cinco propostas prevêem reduções escalonadas em várias partes da tarifa. De acordo com a Greener, a ANEEL está a considerar um mecanismo que interromperia os pagamentos da parte de distribuição da tarifa, uma vez que a capacidade total dos sistemas na categoria “geração local”, que inclui os sistemas de autoconsumo sob medição líquida que não têm permitido exportar energia para outros consumidores de energia nas mesmas redes de distribuição, atingirá 3,3 GW.
Além disso, para os sistemas que recebem esta opção e estão incluídos na tipologia de “geração remota”, esse teto pode ser definido em cerca de 1,25 GW.