Hidrogénio verde, barato e estável cada vez mais próximo
Cientistas Australianos, da Universidade Monash, dizem estar cada vez mais próximos de encontrar uma solução para a produção estável e barata do hidrogénio verde a partir dos recursos abundantes de energia renovável australiana!
A investigação foi descrita como sendo “muito importante” na mudança de paradigma energético da Austrália, aumentando a aposta nas energias renováveis. Pois desenvolveram uma tecnologia para a divisão da água, a chamada eletrólise da água, que lhe daria uma “grande estabilidade sem igual”, mantendo baixos custos.
O que é o hidrogénio verde?
O hidrogénio verde renovável é visto cada vez mais como vital para a mudança de paradigma na geração de energia, devido às baixas emissões de carbono, sem esquecer o transporte também com baixas emissões de carbono. Mas a tecnologia ainda se encontra fora de alcance, a nível económico e logístico, pelo menos para já!
A divisão eletrolítica da água é considerada como o método mais viável para a produção de combustível de hidrogénio verde como um meio versátil de armazenamento e transporte de longo alcance para a energia renovável intermitente, diz o portal de energia australiano reneweconomy.
Alexandr Simonov, da Escola de Química de Monash, explicou que o processo de divisão da água recorrendo ácidos eletrólitos terá no futuro uma grande aplicabilidade na produção de hidrogénio verde.
O problema, é que as condições nos ânodos de tais dispositivos são extremamente severas, levando mesmo a que metais nobres altamente estáveis sejam alvo de corrosão.
“A energia renovável requer um portador de energia que permita que a energia se transporte por toda a Austrália e se exporte de maneira mais eficiente. Assim, num contexto prático, necessita de electro materiais robustos – catalisadores que possam acelerar as duas reações do processo de divisão da água – a evolução do hidrogénio e as reações da evolução do oxigénio”, disse Simonov.
Até agora, o material mais usado para dividir a água em oxigénio e hidrogénio foi o óxido de iridio. Mas este é um dos elementos mais raros, sendo que também não é completamente estável.
Para ultrapassar essa limitação, a equipa de investigadores introduziu um sistema catalítico intrinsecamente estável e de autocorreção baseado em elementos abundantes na terra para promover o processo de eletrólise da água num ambiente ácido e com temperaturas elevadas.
Esse catalisador demonstra a atividade de vanguarda e mais importante ainda, a estabilidade inigualável numa ampla gama de condições agressivas e tecnologicamente relevantes da divisão da água.
A excelente estabilidade nos testes e o baixo custo do sistema catalítico desenvolvido levam a crer que seja uma opção potencialmente adequada para a produção industrial de hidrogénio verde através do processo de eletrólise da água.
Doug MacFarlane, professor na Escola de Química de Monash, disse que a a investigação dos eletro catalisadores de oxidação da água é um tema central no Centro Australiano de Ciência de Electro Materiais, sendo que o projeto é liderado por si. Assim, esta investigação é vista como vital para o desenvolvimento rápido do setor de energia renovável australiano.
Se bem-sucedido, irá representar um avanço que permitirá a produção económica de hidrogénio verde a partir das energias renováveis muito mais próximo da realidade. Um desenvolvimento importante que elevará o papel da Austrália como potencia mundial na produção e exportação de energias renováveis.
Daqui para a frente… o grande obstáculo é integrar a tecnologia em aplicações de maior escala. Pois em laboratório tem-se conseguido rendimentos elevados, o que é prometedor. Mas tem de ser testado no terreno com outras aplicações. o material é extremamente robusto, comparativamente com tudo o que foi feito no passado. Tem limitações, mas que se podem resolver, e estão a trabalhar para isso.