Grupo CME avança com três parques eólicos no Brasil

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Primeiro parque tem 28 megawatts e ficará operacional em Abril do próximo ano, estando a empresa a avaliar várias propostas de aquisição destes activos.

O grupo português CME já está a construir o primeiro de três novos parques eólicos no Brasil, todos situados no estado do Ceará. “Totalizam 70 megawatts (MW). Já iniciámos a construção, e o primeiro entra em operação em Abril de 2014, com 28 MW”, revelou o presidente da CME, José Reis Costa, em declarações ao Negócios.

A construção dos outros dois parques deverá ser iniciada no segundo trimestre do próximo ano, de acordo com o gestor. Além deste primeiro empreendimento de 28 MW, a CME, através da Tecneira, subsidiária dedicada às energias renováveis, está a promover um parque de 30 MW e outro de 12 MW.

O objectivo da CME é encontrar compradores para estes activos. “Temos muitos investidores a analisar os projectos com interesse”, garante José Reis Costa, acrescentando que a CME já recebeu propostas e está a analisá-las.

No seu conjunto, os três parques eólicos que o grupo português está a desenvolver no Brasil irão produzir anualmente 292 gigawatt hora (GWh). Um volume de energia equivalente ao consumo anual de electricidade de 117 mil famílias portuguesas.

Os parques eólicos são parte significativa do que a CME está a fazer no mercado brasileiro, onde tem encomendas de diversos clientes que somam 180 milhões de reais (59 milhões de euros), abrangendo infra-estruturas de electricidade, gás e telecomunicações. Somados os projectos próprios (parques eólicos), a carteira da CME no Brasil ascende a 250 milhões de reais (cerca de 82 milhões de euros).

O presidente da CME está satisfeito com a expansão da empresa fora de Portugal. “Temos conseguido uma internacionalização ampla”, comenta José Reis Costa. O Brasil é o primeiro mercado da subsidiária Tecneira fora da Península Ibérica.

Em Portugal, a Tecneira explora uma central fotovoltaica de 10 MW em Ferreira do Alentejo, um parque eólico de cinco MW em Loures e um outro parque eólico de 124 MW em Penamacor.

Em Espanha, a empresa tem em operação uma central fotovoltaica de 3,5 MW. Além dos activos já em exploração que ainda tem na sua carteira, o grupo CME já alienou projectos de energias renováveis com uma potência de cerca de 130 MW, de acordo com José Reis Costa.

Embora nos últimos anos a conjuntura económica tenha dificultado o financiamento de diversos projectos no sector energético, a Tecneira mantém uma série de empreendimentos em desenvolvimento. São os casos da repotenciação do parque eólico de Penamacor (que ampliará em 24 MW a sua capacidade), bem como de duas centrais de biomassa em Viseu e Rio Maior (com 5 MW e 9 MW, respectivamente) e dois aproveitamentos hidroeléctricos em Vila Real e São Pedro do Sul (com 12,7 MW e 3,3 MW de potência).

A aposta da CME nas energias renováveis tem proporcionado à empresa proveitos crescentes. Segundo os dados da Tecneira, a receita associada aos seus activos de energia limpa fechou o ano 2012 em torno de 39 milhões de euros. O lucro da empresa no ano passado cifrou-se em 1,5 milhões de euros.

O volume de energia produzida ascendeu em 2012 a 321 GWh, o equivalente ao consumo eléctrico de 129 mil clientes domésticos no mercado português.

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