A Europa à beira de uma revolução nos contratos de compra de energias renováveis

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O organismo europeu para a indústria eólica, a WindEurope, defende que a região está à beira de sofrer uma “revolução” no que toca aos contratos de compra de energias renováveis, isto muito devido ao desaparecimento dos apoios dos Estados para o investimento nas energias renováveis!

Os investidores, ao verem que os governos estão a fechar a torneira de apoio do dinheiro dos contribuintes no investimento no setor das energias renováveis, estão a optar pelos Contratos de Compra de Energia de modo a financiarem os seus projetos.

De lembrar que um pouco por toda a Europa, os preços da energia eólica diminuíram, por exemplo, os preços caíram nos leilões de energia de 117.10€ por MW/hora em 2013 na Itália, para 65€ este ano na França! E a França possui um mercado apetecível para os leilões de energia…

Em Espanha e Turquia, no ano passado os leilões apenas atingiram valores de 34€ e 32€ por MW/hora. Valores para a eólica terrestre.

Quanto aos projetos eólicos offshore, os custos nivelados de eletricidade, incluídos os de transmissão de preços de 2016, desceram de 156 por MW/hora em 2014 no Reino Unido, para 71 por MW/hora este ano na Alemanha.

Segundo Viktoriya Kerelska, assessora dos assuntos públicos diz que “Esta descida é acentuada e contínua” …

Apesar da recuperação de valor na eólica terrestre este ano, não devemos esperar grandes mudanças. Pois o mercado está a sofrer grandes alterações, especialmente nos pedidos de permissões, o que levou a que muitos investidores refreassem os investimentos, tendo levado a uma menor concorrência nos leilões de energia.

Terminou dizendo que o facto de “A Alemanha ainda não ter divulgado nenhum estudo sobre os volumes anuais de energia eólicas, nem as normas de permissões e novos leilões para o plano nacional até 2030, fez com que os investidores perdessem ainda mais a confiança”.

Enquanto isso, nos demais países europeus onde já se realizaram vários leilões de energia eólica terrestre, os preços por MW/hora baixaram, facto que faz com que se procurem novos modos de investimento por parte dos promotores dos projetos.

Ainda que o mercado empresarial dos Contratos de Compra de Energia tenha recebido um impulso devido às recentes alterações na Diretiva das Energias Renováveis por parte da União Europeia, esta nova diretiva, acaba por instruir os estados membros a identificar e eliminar qualquer barreira administrativa relativa a tais Contratos de Compra de Energia tanto para a eólica como para a solar.

Kerelska espera “Que a Diretiva de Energias Renováveis depois de 2020 tenha um efeito positivo no investimento do mercado de Compra de Energias Renováveis na Europa. E os governos europeus devem começar a apresentar nos seus Planos de Energia Nacional para 2030 medidas concretas de incentivo à adoção destes novos Contratos de Compra de Energias Renováveis”.

E de facto nota-se que os Contratos de Compra de Energia empresarial já estão em alta… com os volumes de venda a aumentarem de 101GW para 104GW entre 2016 e 2017.

Quem já se adiantou foi a gigante Mercedes Benz, que estabeleceu um Contrato de Compra de Energia empresarial para a sua fábrica em Jawor, Polónia, com um parque eólico com capacidade de 45MW. Este foi o primeiro acordo empresarial para compra de energia firmado na Polónia e o primeiro na Europa com o setor automóvel!

Para já este tipo de compra de energia apenas está disponível para a energia eólica terrestre, mas poderá chegar à energia eólica marítima.

Mas esse será “um desafio importante para o mercado offshore, encontrar compradores que pretendam toda a capacidade de geração de energia de um parque eólico marítimo”, disse Simon Lub, Chefe da K2 Management, empresa de consultoria de energia renovável.

E uma forma de evitar isso, será que os desertores se agrupem e partilhem recursos. “À medida que os preços baixem mais, devido aos leilões de energia, é em provável que esta passe a ser uma opção mais atrativa para os consumidores. Este investimento também pode ser incentivado pelo movimento para projetos de subsidio zero”.

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