As energias renováveis já abasteceram todo o consumo nacional (em Portugal continental) durante 46 dias.
Entre janeiro e maio deste ano, as barragens hídricas e as eólicas produziram quase 70% de toda a eletricidade produzida.
Durante 46,8 dias as energias renováveis produziram eletricidade suficiente para abastecer todo o consumo nacional, gerando mesmo até mais eletricidade do que aquela que o país precisou. Não foram 46,8 dias seguidos mas é um dado histórico e um desempenho que coloca as energias renováveis num excelente patamar.
Durante cinco dias, esses consecutivos, o consumo elétrico em Portugal continental foi inteiramente da responsabilidade das energias renováveis.
A chuva e o vento, que fizeram dos primeiros meses do ano meses invernosos, terão sido os responsáveis pelos valores históricos de produção das barragens e das eólicas e permitiram este excelente desempenho das renováveis.
Só as barragens foram capazes de gerar 45,2% de toda a eletricidade produzida nos primeiros cincos meses do ano. Já as eólicas geraram 24,7%.
As centrais que recorrem a energias fósseis (carvão, gás natural e cogeração) produziram menos entre janeiro e maio ficando em 24,9%.
Apesar das energias solar e biomassa terem um desempenho ténue estas têm conseguido lentamente ganhar o seu espaço neste setor e foram responsáveis por 1,1% e 4,1% do total, respetivamente.
As eólicas e as fontes fósseis juntas geraram valores próximos das centrais renováveis – 6,278 GWh.
Com as centrais renováveis a produzirem mais do que o que precisamos, as exportações aumentaram tendo a eletricidade excedente sido vendida ao mercado espanhol. As vendas, nestes primeiros cinco meses do ano, atingiram valores na ordem dos 4168 GWh.
Estes números da exportação são quase iguais ao da importação em todo o ano passado (4549 GWh), o que acaba por ser reconfortante para o nosso país ao conseguir inverter a situação. No ano passado, Portugal comprou mais a Espanha do que vendeu.
As importações ficaram em 502 GWh levando o nosso país a obter um saldo exportador (a diferença entre a eletricidade exportada e a importada foi de 3666 GWh).
Este ganho apenas em cinco meses traduziu-se no equivalente a 106 milhões de euros, o que nada tem a ver com os 114 milhões de euros gastos no ano passado em eletricidade.
Se São Pedro não nos brindar com chuvas e ventos fortes (os responsáveis pela maior produção de energia) no próximo semestre, o saldo deste ano pode ser nulo, não exigindo mais dinheiro para comprar eletricidade espanhola.
A maior produção de energias renováveis, além de deixar o nosso país em boa posição, ainda permite uma descida nos preços de compra e venda de eletricidade dentro do mercado ibérico.