As residências brasileiras lideram transição para energia solar fotovoltaica, aponta estudo suportado pelos dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Novas instalações energia solar no Brasil
As residências brasileiras continuam a ser o principal motor da transição para a energia solar no país. Dados recentes da Solfácil, o maior ecossistema de soluções solares da América Latina, revelam que 84% das 42 mil novas instalações fotovoltaicas registadas em janeiro de 2025 foram em casas.
A informação, baseada em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), faz parte do Infográfico Solfácil, um relatório mensal que monitoriza o setor.
Cresce a procura por sistemas solares de pequeno e médio porte
O estudo destaca o aumento da adoção de sistemas de pequeno e médio porte, com potência entre 3 kWp e 6 kWp, que já representam 47% das instalações em residências.
Este crescimento reflete a busca por soluções mais eficientes e adaptadas às necessidades dos consumidores, que buscam reduzir custos e contribuir para um futuro mais sustentável.
Energia solar distribuída alcança 5% das unidades consumidoras
O setor de energia solar distribuída já atinge mais de 5% das unidades consumidoras no Brasil, com destaque para o Centro-Oeste, onde a penetração chega a 8,3%.
As regiões Sul, Norte, Sudeste e Nordeste seguem com 6,9%, 5%, 4,6% e 4,2%, respetivamente. Ao todo, o país ultrapassou a marca de 3,2 milhões de sistemas fotovoltaicos instalados, consolidando-se como um dos líderes globais em geração distribuída.
Desafios do mercado: aumento de preços e retração de projetos
Apesar do crescimento acelerado, o setor enfrenta desafios. O aumento dos preços dos equipamentos nos últimos meses impactou o ritmo de expansão.
A potência instalada em janeiro de 2025 foi 60% menor que a média registada em 2024, indicando uma retração no volume de novos projetos. No entanto, especialistas acreditam que o cenário pode melhorar com a estabilização dos custos e incentivos governamentais.
Energia solar continua a ser um investimento viável
Para Fabio Carrara, CEO e fundador da Solfácil, a energia solar distribuída mantém-se como um investimento altamente atrativo.
“Mesmo com o aumento dos custos, o retorno para o consumidor final ainda é muito interessante, podendo ser inferior a três anos. Em nenhum outro lugar do mundo se vê um retorno sobre investimento tão rápido”, afirma Carrara.
São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul lideram instalações
No ranking estadual, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul destacam-se como os estados com maior número de novas instalações solares nos últimos 12 meses.
A liderança destas regiões reforça o potencial do setor solar e a crescente consciencialização dos consumidores sobre os benefícios da energia solar.
A transição para fontes renováveis, impulsionada pelas residências brasileiras, é um passo importante para um futuro mais sustentável.
No entanto, é essencial que políticas públicas e investimentos continuem a apoiar o crescimento do setor, garantindo que os benefícios da energia solar sejam acessíveis a todos.