AtravĆ©s de um modelo padrĆ£o de previsĆ£o do tempo, investigadores descobriram que a implantaĆ§Ć£o de energia eĆ³lica em grande escala pode aquecer a temperatura da superfĆcie dos EUA em 0,24 graus Celsius, com as maiores mudanƧas ocorrendo Ć noite, onde as temperaturas da superfĆcie aumentariam atĆ© 1,5 graus Celsius.
NĆ£o hĆ” dĆŗvidas que a energia eĆ³lica nĆ£o Ć© comparĆ”vel aos combustĆveis fĆ³sseis no que se refere a medidas ambientais. A implantaĆ§Ć£o de energia eĆ³lica em grande escala pode ocasionar um aumento de temperaturas, segundo indica um estudo realizado por cientistas de Harvard.
A energia eĆ³lica permite a reduĆ§Ć£o de emissƵes, no entanto se os parques eĆ³licos produzirem 100% das necessidades de eletricidade dos EUA os impactos climĆ”ticos que isso poderĆ” trazer podem nĆ£o ser insignificantes.
Esta conclusĆ£o sĆ£o definidas segundo o pĆ³s-doutorado de Harvard Lee Miller e David Keith, professor de fĆsica aplicada da Gordon McKay. na Harvard John A. Paulson School of Engineering e Applied Sciences (SEAS).
Os investigadores simularam um cenĆ”rio em que a energia eĆ³lica seria suficiente para abastecer a procura atual de eletricidade dos EUA, e para isso seria necessĆ”rio implantar turbinas eĆ³licas num terƧo dos EUA.
Usando um modelo padrĆ£o de previsĆ£o do tempo, os investigadores descobriram que esse potencial cenĆ”rio aumentaria a temperatura da superfĆcie dos EUA em 0.24 graus Clesius.
As mudanƧas mais significativas ocorreriam Ć noite quando as temperaturas da superfĆcie aumentariam atĆ© no mĆ”ximo 1,5 graus. As turbinas eĆ³licas misturam ativamente a atmosfera perto do solo, o que causaria o potencial aquecimento.
Esse estudo aponta que, o efeito de aquecimento Ć©:
ā…reduzido comparado com as projeƧƵes do aquecimento do sĆ©culo XXI, aproximadamente equivalente ao aquecimento reduzido obtido pela descarbonizaĆ§Ć£o da produĆ§Ć£o global de eletricidade, e grande comparado com o aquecimento reduzido obtido pela descarbonizaĆ§Ć£o da eletricidade dos EUAā.
āOs impactos climĆ”ticos diretos da energia eĆ³lica sĆ£o instantĆ¢neos, enquanto os benefĆcios da reduĆ§Ć£o das emissƵes sĆ£o lentamente cumulativasā, afirmou Keith ao comentar o estudo na The Harvard Gazette.
āSe a sua perspectiva Ć© nos prĆ³ximos 10 anos, a energia eĆ³lica realmente tem ā em alguns aspectos ā mais impacto climĆ”tico do que carvĆ£o ou gĆ”s…
…Se a sua perspectiva Ć© nos prĆ³ximos mil anos, entĆ£o a energia eĆ³lica tem um impacto climĆ”tico muito menor do que o carvĆ£o ou o gĆ”s ā, afirmou novamente Keith.
O investigador informou que o estudo nĆ£o deve ser visto como uma “crĆtica fundamental Ć energia eĆ³lica”, mas deve ser usado como mĆ©todo para avaliar e desenhar as novas estratĆ©gias de descarbonizaĆ§Ć£o da produĆ§Ć£o de eletricidade.
Keith antecipou ao MIT Technology Review que o mais provĆ”vel seria que o estudo fosse usado por algumas entidade como crĆtica para a energia eĆ³lica.
O professor John Dabiri, criticou o estudo apresentado devido a que as suposiƧƵes de modelagem usadas sĆ£o famosas por provocarem erros na previsĆ£o do fluxo em parques eĆ³licos.
Segundo a AWEA (AssociaĆ§Ć£o Americana de Energia EĆ³lica), a energia eĆ³lica produziu um novo recorde de 6,3% de eletricidade nos EUA no ano de 2017.
A potĆŖncia eĆ³lica instalada nos EUA Ć© de mais de 90 GW com um nĆŗmero aproximado de mais de 54.000 turbinas eĆ³licas e operam em 41 estados.
O Departamento de Energia dos EUA espera que a capacidade eĆ³lica total alcance os 404,25 GW em 2050 distribuĆda por 48 estados.