Congelar licenças na energia eólica vai sair caro a Portugal

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O presidente da Associação de Energias Renováveis (APREN), António Sá da Costa, defende que «há espaço para mais projectos de energia eólica em Portugal», considerando que congelar a atribuição de novas licenças vai sair caro ao país.

«Devíamos, neste período, abrandar [o investimento em eólicas], subir com um ritmo mais lento, mas o que se está a fazer é parar», criticou Sá da Costa, considerando que assim se «está a matar o único sector da economia portuguesa que funcionava bem».

Em entrevista à Lusa, o presidente da APREN admitiu que, nos últimos dois anos, o consumo de electricidade baixou em Portugal, mas, alertou, que as estatísticas revelam que, depois de uma quebra, a retoma acontece duas vezes mais depressa.

Segundo Sá da Costa, «a tendência da evolução do consumo de electricidade mostra que, em tempos de crise, o consumo baixa, mas o que se verifica é que, se a duração da quebra do consumo demora x anos, a subida demora metade desse tempo».

«Este défice [resultante da suspensão de atribuição de novas licenças] vai-nos custar língua de palmo e está-se a matar o único sector da economia portuguesa que funcionava bem», declarou.

Além dos custos do congelamento de novos investimentos, o presidente da APREN crítica a forma como o processo foi conduzido, com a atribuição de novas licenças a ser sucessivamente congelada, «criando falsas expectativas».

«Devia ter sido feito um despacho a dizer que, durante x anos, não havia pedidos de informação prévia [PIP], mas, desde 2002, os sucessivos directores gerais de energia fizeram três despachos por ano a dizer que não havia», disse.

Em Janeiro passado, o Governo voltou a suspender, em Conselho de Ministros, a atribuição de potências de injecção na Rede Eléctrica de Serviço Público, decisão que foi justificada com a política de reavaliar o enquadramento legal da produção de electricidade em regime especial.

FONTE: AGÊNCIA FINANCEIRA

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