Cogeração de energia é a produção de duas formas de energia, ao mesmo tempo.
Até à década de 40, a cogeração de energia era um processo recorrente dado que, não se contava com grandes centrais hidroelétricas ou outras formas de obter energia limpa a uma grande escala. Com o passar do tempo e os desenvolvimentos tecnológicos e ambientais a cogeração foi perdendo terreno.
Apesar disso, não caiu no esquecimento e por ser uma forma barata, simples, segura e amiga do ambiente, esta forma de obter energia tem-se revelado atrativa até porque uma parte da energia gerada na produção de energia elétrica a partir de combustíveis fósseis, por exemplo, é libertada sob a forma de calor e pode ser aproveitada para aquecimento de ar, água entre outras utilizações.
Há vários tipos de cogeração de energia como a produção simultânea de energia térmica e energia mecânica, a partir de um único combustível ou o tipo mais comum que compreende a produção de energia elétrica e energia térmica, a partir de biomassa ou gás natural.
A biomassa é um combustível que é facilmente encontrado, é de baixo custo e tem emissões poluentes baixas. O gás natural apesar de também ser muito usado tem um custo superior à biomassa.
Através da cogeração, o aproveitamento útil da energia contida no combustível ultrapassa os 80%.
O impacto ambiental é muito reduzido e esta vantagem levou mesmo a União Europeia a ter definido para 2010 a produção de 18% de energia elétrica através da cogeração. Vários países foram definindo igualmente as suas metas internas e lançando benefícios como a redução de tarifas de uso do sistema elétrico.
Em Portugal, os benefícios também foram apresentados e a legislação foi fixada e tem sido revista nos últimos anos. A última medida legislativa é a Portaria nº 325-A/ 2012 e estabelece os termos da tarifa de referência do regime remuneratório aplicável às instalações de cogeração.
Os sistemas de cogeração de energia mais usados são as turbinas a gás ou vapor (caldeiras que produzem vapor), motores de combustão interna (ciclo de Otto ou Diesel), geradores elétricos, caldeiras de recuperação e trocadores de calor, sistemas de chillers de absorção que usam calor para produzir frio (ar condicionado), geradores elétricos, transformadores e equipamentos elétricos associados.
As centrais de cogeração têm uma potência mínima de 15kW e podem ir até dezenas de MW. Desta forma, qualquer consumidor de energia elétrica e térmica pode instalar o seu sistema não estando esta forma de produção de energia limitada a grandes indústrias ou a avultados projetos.
Bom dia.
Tenho interesse em fazer o curso gostaria de saber quando pode fazer a inscrição e qual é o valor do curso.
Gostaria de complementar que o lixo urbano também é um combustível muito interessante, pois além da possibilidade da geração de energia a sua recuperação energética evita o crescimento dos aterros sanitários.
Quando falo de aterros sanitários obviamente não estou me referindo aos lixões sem controle e sem as devidas autorizações legais. Estou falando de aterros com todos os controles, autorizações e medidas de segurança necessárias para a proteção do meio-ambiente, mesmo assim podemos enumerar uma série de desvantagens.
Os aterros além de ocuparem grandes áreas, que permanecem ocupadas mesmo após o encerramento de sua vida útil, oferecem riscos de impactos ambientais, incêndios e explosões (lembrem-se do que ocorreu em Itaquaquecetuba há cerca de um ano). O chorume, os gases e a poeira gerados requerem tratamento, pois além de causarem mau cheiro contribuem para a poluição do subsolo e da atmosfera.
No caso do tratamento térmico também devem existir as preocupações com os impactos ambientais, mas aqui não me refiro aos antigos e problemáticos processos de incineração, cujo principal objetivo era a redução de volume. Falo dos modernos processos de recuperação energética em caldeiras com a posterior limpeza dos gases. Estas plantas bastante comuns em países industrializados envolvem tecnologia de ponta e podem ser operadas a longa distância. Com um reduzido número de operadores podem se alcançar índices de produtividade similares às termoelétricas movidas a gás natural.
William Horstmann – Diretor da HVE Brasil