China reduz custo da extração de lítio com evolução tecnológica

Baterias lítio carros elétricos

O lítio é um ingrediente essencial para as baterias dos automóveis elétricos, sendo que com este “milagre” a sua produção está mais fácil e barata.

Milagre, é o que se pode dizer sobre esta redução de preço conseguida pela China.

O custo da extração deste mineral baixou para cerca de 2000 dólares por tonelada com um novo processo. Informação avançada num comunicado do governo chinês.

Uma baixa de valor estonteante, quando o preço do lítio oscila entre 12000 e 20000 dólares por tonelada, e se for um contrato a longo prazo cerca de 17000 dólares durante o ano de 2018.

Os custos de produção do lítio são um segredo comercial bem guardado, mas os especialistas da indústria concordam que a taxa citada no comunicado do governo é uma das mais baixas de sempre.

A produção de lítio chinês é relativamente baixa, mas domina o fornecimento do produto final, produzindo quase dois terços das baterias de iões de lítio de todo o mundo, comparado com os 5% dos EUA, e também controlam a maioria das fábricas de processamento de lítio a nível mundial.

Os EUA pretendem quebrar o domínio da China no fornecimento de carros elétricos, tendo para isso criado um projeto de lei destinado a simplificar a regulação e requisitos de permissões para o desenvolvimento de minas de lítio, grafito e outros minerais utilizados no processo.

É assim objetivo do governo americano tirar partido desta disputa comercial, tornando-a numa prioridade nacional.

Mas não só os EUA disputam este mercado com a China. França e Alemanha requereram à Comissão Europeia que apoie um consórcio para a produção de células de baterias no valor de 1700 milhões de euros para combater o domínio chinês.

O avanço cientifico na extração do lítio

O avanço cientifico na extração do lítio pode alterar a quantidade de lítio que a China pode produzir no futuro. Tanto que empresas estatais, como a Qinghai Lithium Industry, têm vindo a aproveitar o novo processo, tendo conseguido uma margem de beneficio médio superior a 50% nos últimos 3 anos, com investimentos totais que superam os 400 milhões de euros, segundo o comunicado do governo chinês.

Baterias lítio carros elétricos
Baterias lítio carros elétricos

Li Jian, diretor executivo da Qinghai Lithium Industry, diz que a os custos estimados de produção eram bastante precisos, mas não incluíam impostos e taxas de juro de empréstimos bancários. Também previu que os custos de produção iriam “provavelmente baixar no futuro graças ao desenvolvimento das tecnologias”.

A extração do lítio

O lítio é extraído da salmoura, mas separá-lo de outros elementos presentes nos sais é um desafio um pouco por todo o mundo. Em particular o magnésio, pois o lítio e o magnésio têm propriedades iónicas semelhantes.

Foi graças a um projeto de investigação com 15 anos que se descobriu uma forma rentável de separar o lítio dos outros minerais, especialmente do magnésio. Esse processo deve-se a múltiplas etapas de processamento com tratamentos complexos de filtros eletrónicos e de membranas.

Com o aumento do desempenho económico da extração do lítio, aumentarão os fornecedores deste, e como tal o preço das baterias irá baixar, o que beneficiará os consumidores. Pois lítio mais barato, permite que os fabricantes de carros elétricos tenham preços mais baixos.

O valor do lítio num carro elétrico

Segundo estimativas industriais, cerca de 30% a 50% do custo final de um carro elétrico deve-se à bateria. Os preços mais baixos, maior alcance e melhores infraestruturas, como pontos de carga, tornam estes carros uma opção mais atrativa para os compradores.

Cerca de 4% dos automóveis em circulação no ano passado eram elétricos. Sendo a China o país com mais carros elétricos, quase 1 milhão a circular, acreditando-se que este é o país que mais lítio tem no mundo.

Lítio na China

Dados estatísticos de 2017, indicam os lagos salgados tibetanos, local onde está a ser aplicada esta nova tecnologia, como tendo mais de 60% das reservas mundiais de lítio. O valor estimado no ano passado é significativamente mais baixo, sendo que já só representa 7% das reservas mundiais na China. Ainda assim, estimativas deixam as reservas chinesas no segundo lugar, logo atrás do Chile.

A produção de lítio na China continua baixa, e no decorrer do ano passado a minas chinesas contribuíram com apenas 9% para a produção mundial de lítio. Por outro lado, as fábricas chinesas, consomem mais metais do que qualquer outro país, principalmente para a produção de baterias.

Os principais produtores de lítio, como a Austrália e Chile, vendem a maior parte da sua produção para a China e nos últimos anos, as empresas chinesas compraram minas em países ricos em lítio, como a Argentina e Austrália.

Esta onda de compras levantou suspeitas de que Pequim está a resguardar os seus recursos nacionais, para controlar o fornecimento global de lítio. Especialistas acreditam que esse acumular de recursos naturais não foi a razão da baixa taxa de produção de lítio na China.

Mas antes fatores como, o isolamento e o ambiente hostil que se faz sentir na região tibetana, as elevadas altitudes e baixos níveis de oxigénio, é que vieram limitar em grande escala a exploração mineira nos lagos salgados.

É que a China pode ter grandes reservas de lítio, mas são muito difíceis de explorar.

A tecnologia de separação é um desenvolvimento recente, pelo que a adaptação do método e construção de mais fábricas demorará tempo, e também existe a preocupação de que a atividade mineira pode danificar o ambiente em locais sensíveis. Estes fatores devem todos ser considerados como custos!

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