O diretor executivo da Ford avisa que o avanço da China no setor dos Veículos Elétricos é uma verdadeira ameaça existencial.
O CEO da Ford, após uma visita à China, voltou com uma mensagem clara: o avanço do país no mercado de veículos elétricos representa uma verdadeira “ameaça existencial” para as fabricantes tradicionais.
A China, onde as vendas de veículos elétricos e híbridos plug-in já ultrapassam 50%, está a muitos anos de vantagem em relação ao resto do mundo, e este avanço está a preocupar a indústria automóvel ocidental.
China domina o mercado de veículos elétricos e das baterias
O que mais alarmou o executivo da Ford foi o facto de que a China não só está a produzir veículos elétricos com autonomias de 400 a 500 km a preços inferiores a 15.000 euros, como também detém cerca de 79% da produção global de baterias para estes veículos.
Este domínio industrial e tecnológico coloca as marcas americanas e europeias em desvantagem, mesmo nos seus próprios mercados, sendo que algumas fábricas na Alemanha já enfrentam riscos de encerramento devido à concorrência chinesa.
Ford analisa carros elétricos Chineses para poder reagir ao mercado
Como parte de uma estratégia para enfrentar essa ameaça, a Ford trouxe vários veículos elétricos chineses para as suas instalações em Detroit com o intuito de os desmontar e estudar detalhadamente.
Esta abordagem visa compreender as tecnologias avançadas que a China está a utilizar, incluindo a produção de veículos eficientes e a preços competitivos. Entre os objetivos da marca americana está o desenvolvimento de veículos elétricos mais acessíveis e compactos, como o possível regresso do Ford Fiesta, em versão elétrica, previsto para 2026.
É justo dizer que antigamente eram os Chineses a utilizar este tipo de estratégia para copiar os avanços tecnológicos da Europa e dos EUA, neste momento o plano infelizmente inverteu-se.
A ameaça para os fabricantes tradicionais: O Avanço tecnológico da China
O avanço da China no setor elétrico é notório em vários campos. Não só dominam a cadeia de abastecimento de baterias, como também a produção de componentes críticos para energia solar e propulsão de veículos elétricos.
Isso levou até a Toyota, tradicional líder no mercado automóvel, a reconhecer o seu atraso e a começar recentemente a desenvolver uma nova plataforma para veículos elétricos, inspirando-se na técnica Gigacasting da Tesla.
Tarifas alfandegárias pesadas como resposta dos EUA e Europa
Em resposta à ameaça representada pelos veículos elétricos chineses, tanto os Estados Unidos quanto a Europa estão a considerar a aplicação de impostos agressivos às importações dos carros elétricos Chineses.
Os EUA planeiam impor tarifas de até 100%, enquanto a União Europeia também segue o mesmo caminho, tentando proteger as suas indústrias locais.
No entanto, como sublinhou o próprio CEO da Ford, essas medidas legislativas podem não ser suficientes, uma vez que as marcas chinesas, como a BYD, continuam a ser altamente competitivas, mesmo com estas barreiras comerciais.
China conquista o mercado Europeu e Americano
O impacto do domínio da China no setor de veículos elétricos já é visível. A BYD, por exemplo, já ganha mais na Europa do que na China, apesar dos impostos aplicados.
Com uma oferta de veículos mais baratos e eficientes, o setor elétrico chinês continua a expandir-se em mercados estrangeiros, algo que as marcas tradicionais estão a ter dificuldade em combater.
O Futuro do mercado automóvel: Tecnologias chinesas e a corrida global
A ascensão da China no mercado global de veículos elétricos, juntamente com o domínio na produção de baterias e componentes críticos, está a reformular a indústria automóvel.
Marcas ocidentais, como a Ford, estão agora a tentar recuperar o tempo perdido, focando-se em tecnologias mais acessíveis e eficientes. Contudo, como indicam as previsões, o atraso acumulado pode ser difícil de superar, especialmente com a China a continuar a inovar e a expandir-se em mercados globais.
Para as marcas tradicionais, o avanço da China nos veículos elétricos é uma chamada de atenção urgente. Deixamos a pergunta: A EUROPA E OS EUA AINDA VÃO A TEMPO?
