Empresa alemã produz anualmente mais de 130000 litros de combustíveis sintéticos no Chile e já tem data para o seu lançamento em massa.
Até ver, tudo indicava que o futuro dos automóveis, seria a aposta no elétrico. Mas… com o aparecimento de alguns países a imporem-se perante o fim da venda de carros com motor a combustão (até ao ano 2035), surgiu um novo “jogador” no mercado: os combustíveis sintéticos.
Combustíveis sintéticos: a grande aposta da Porsche!
Por todo o mundo estima-se que circulem mais de 1300 milhões de veículos, número tende apenas a crescer.
É quase impensável que nos dias de hoje, que esse número de veículos passe na totalidade a deter zero emissões. Pois é complicado substituir certas produções que necessitam de motores a combustão, como a aviação ou em nichos específicos como geradores para hospitais ou bombas em veículos de combate a incêndios.
Nesse sentido, a Porsche está a desenvolver estudos para a produção de combustíveis sintéticos, também conhecidos por e-fuels.
Esta é uma grande aposta da germânica produtora de carros, pois investiu 75 milhões de dólares na HIF LLC, grupo de empresas especialista no desenvolvimento de projetos internacionais com o objetivo de criar fábricas de produção de combustíveis sintéticos.
Um desses projetos é a fábrica piloto Haru Oni, localizada no Chile, em Punta Arenas, foi iniciado pela Porsche, em sociedade com a Siemens Energy e a Exxon Mobil.
Os e-fuels, segundo a Porsche, serão um complemento aos veículos elétricos na mobilidade do futuro.
E por esse motivo, os alemães consideram um erro proibir tecnologias como motores a combustão, tendo em conta estes novos combustíveis com zero emissões de carbono para a atmosfera.
Quem o diz é Oliver Blume, Presidente do Conselho Diretivo da Porsche… “Os combustíveis sintéticos são uma solução complementar e eficaz nesse sentido. Pois os motores a combustão podem trabalhar com e-fuels com emissões de carbono praticamente nulas”.
Data de lançamento dos combustíveis sintéticos
Este terá que ser produzido a partir de fontes inesgotáveis de energia, como o vento ou a hidráulica.
Na fábrica chilena, estão a ser aproveitados os ventos intensos que sopram a sul de Magalhães (o vento sopra sempre na mesma direção, a uma velocidade de cerca de 120km/h). O outro elemento essencial, é a água.
O processo consiste no inverso de uma célula de combustível. O hidrogénio e o oxigénio existentes na célula de combustível são separados da eletricidade obtida através de uma membrana de troca de protões (PEM – Proton Exchange Membrane).
O PEM é um processo simples e eficiente, exigindo pouca manutenção e não requer outras substâncias para o processo. Para a produção destes combustíveis sintéticos, o CO2 é capturado na atmosfera, de modo a que os gases emitidos com esse tipo de combustível durante a sua vida útil sejam compensados pela neutralidade da sua produção.
Além de que, por não serem de natureza fóssil, necessitam ainda de outros elementos indesejáveis, com o enxofre, que é retirado da gasolina ou do diesel (este processo consome mais energia).
A fábrica chilena Haru Ori está a produzir mais de 130000 litros anuais deste combustível sintético.
Ora, com a abertura prevista das fábricas nos EUA e na Austrália, a Porsche espera vir a triplicar a sua produção deste tipo de combustível, números que o responsável de operações da Porsche na fábrica chilena espera alcançar já em 2027.
Nessa altura já poderemos estar a falar de uma produção à escala industrial e mundial.