Graças às temperaturas amenas e céus limpos a Califórnia conseguiu atingir um recorde de consumo de eletricidade tendo por base a energia solar! Foi no passado dia 4 de março de 2018, que o CAISO registou um recorde máximo do uso da energia solar.
Às 12:58 do dia 4 de março de 2018 a eletricidade gerada por energia solar cobria 49,85% da procura. O registo ultrapassa o recorde anterior, datado de há um ano, no dia 14 de maio de 2017 e que era de 47,2%!
Anne Gonzales, relações públicas da CAISO, disse que “O Registo se deve a um dia ameno e céu limpo, com muito sol. Por ser um fim de semana e clima ameno, a carga mínima era baixa, cerca de 18800MW. Tanto que a produção solar foi superior a 9400MW”.
No dia 5 de março de 2018, voltou a ser estabelecido novo recorde solar, desta vez conseguindo um novo máximo de produção solar de 10411MW pelas 10:18. Tendo o recorde anterior sido estabelecido a 17 de junho de 2017 com um total de 9913MW.
Já não é surpresa nenhuma que a energia solar seja a maior produtora de eletricidade na Califórnia, e mesmo por todo o mundo. Na Califórnia as 3 empresas de energia privada já têm os seus planos adiantados no que diz respeito à aquisição de energia renovável, estando muito próximas de cumprir o objetivo de fornecimento de 33% do Estado até 2020. Enquanto isso, a população começa a investir em instalações solares adicionais.
O êxito da Califórnia leva a acreditar que se consiga alcançar o consumo de eletricidade proveniente de energias renováveis a 100% por todo o Estado. O que levou à abertura do debate sobre como injetar todos estes recursos naturais variáveis no sistema de rede elétrica em evolução.
“A integração crescente da energia solar mudou o paradigma dos nossos operadores dos sistemas de rede elétrica”, disse Gonzales, acrescentando ainda que no dia 4 de março a rede não só estabeleceu um novo registo solar, como também teve um pico recorde!
A CAISO trabalha para diminuir as restrições de quando haja um excesso de recursos renováveis no sistema de rede elétrica, o que se espera que venha a ocorrer com maior frequência, especialmente com o aumento de eletricidade via energia eólica e solar!
Na verdade, eles procuram soluções para maximizar o uso de fontes de energia limpa, incluindo armazenamento de energia, resposta à procura, taxas de tempo de uso, expansão do mercado ocidental de desequilíbrio energético (WEIM) e a possibilidade de criar um mercado energético regional!
Mercado Ocidental de Desequilíbrio Energético
A nota informativa da CAISO sobre o WEIM quanto ao quarto trimestre de 2017 identificou uma distribuição de capital de 34 milhões de dólares para os seus participantes, tendo já distribuído, desde que se formou em 2017, um total de 290 milhões de dólares.
O WEIM já ajudou a reduzir as emissões de carbono na região em 7730 toneladas métricas, devido ao uso de 18060MHW de energia renovável.
Atualmente o WEIM serve os consumidores de oito Estados do Oeste através de seis entidades, que em 2020 terão a presença de outras seis entidades.
A Califórnia pode voltar a quebrar os seus recordes solares nas próximas semanas, e conseguir nos próximos anos um consumo de energia solar ainda mais alto. No entanto a curto prazo, é pouco provável que o recurso a energias renováveis aumente exponencialmente, especialmente devido à atual capacidade de produção, pois em 2017 as empresas elétricas não adquiriram novos equipamentos de produção de energia renovável, e é pouco provável que o façam a larga escala em 2018.
Jan Smutny-Jones, diretor executivo da IEP (Associação de Produtores Independentes de Energia) diz que “É realmente dececionante. Há muitas coisas, não sabemos o que fazer, por isso não vamos fazer nada durante algum tempo”.