O setor eólico mundial de fabricantes tem estado ao rubro, com importantes mudanças, devido nomeadamente a entradas dos fabricantes chineses.
Tabela de Conteúdos
Quem são os principais fabricantes de turbinas eólicas?
A energia eólica nunca esteve tão forte. Com um aumento de 4% em relação ao ano passado, 2024 registou um total de 121,6 GW de nova capacidade instalada, segundo dados da BloombergNEF (BNEF).
Mas o que está por trás desse crescimento? Quem são os gigantes que impulsionam essa expansão?
Mais do que nunca, os fabricantes chineses dominam o mercado, uma tendência que altera a dinâmica global do setor. Enquanto isso, empresas ocidentais enfrentam desafios, mas ainda mantêm protagonismo em segmentos estratégicos, como o offshore.
Empresas chinesas lideram COMPLETAMENTE a indústria eólica global
Pela primeira vez desde 2013, os quatro primeiros lugares do ranking da BNEF são ocupados exclusivamente por fabricantes chineses, demonstrando a sua ascensão impressionante. Além disso, seis das dez maiores empresas do setor são da China, consolidando o país como o grande player da energia eólica global.
- Goldwind manteve-se na liderança, com 19,3 GW instalados em 2024.
- Envision ficou na segunda posição, com 14,5 GW.
- Windey garantiu o terceiro lugar, com 12,5 GW.
Já a análise da Wood Mackenzie apresenta pequenas variações, colocando a Mingyang na terceira posição e a Vestas, maior fabricante fora da China, em quinto lugar. Essa discrepância reflete diferenças metodológicas na contabilização dos dados.
Fabricantes Ocidentais perdem terreno, mas destacam-se em offshore
Embora a China concentre a maior parte das novas instalações, os fabricantes ocidentais ainda desempenham um papel crucial. A Siemens Gamesa destaca-se no setor offshore, liderando com a maior capacidade instalada em 2024.
No entanto, a empresa enfrenta dificuldades no mercado onshore, onde os concorrentes chineses são mais competitivos.
Outro destaque é a Nordex, que ultrapassou a GE Vernova e aproximou-se da Siemens Gamesa, algo sem precedentes.
Com um portfólio focado em turbinas onshore, a empresa reforça sua presença no mercado global, mesmo diante da forte concorrência asiática.
Setor eólico global: quais são os principais mercados?
A energia eólica terrestre continua a ser predominante, com 109,9 GW instalados em 2024, enquanto o setor offshore representou 11,7 GW. Os cinco principais mercados globais seguem estáveis:
- China (79,5 GW onshore, 6,1 GW offshore)
- Estados Unidos (5,4 GW)
- Brasil (4,2 GW)
- Alemanha (3,9 GW)
- Índia (3,3 GW)
A Wood Mackenzie alerta para um declínio de 9% nas instalações fora da China, o que afeta diretamente a competitividade dos fabricantes ocidentais e pode redefinir a participação de mercado nos próximos anos.
Expansão chinesa esbarra em desafios
Apesar do crescimento impressionante, os fabricantes chineses enfrentam obstáculos significativos. A intensa concorrência e o excesso de oferta pressionam os preços e reduzem a rentabilidade.
Além disso, 98,6% das turbinas produzidas na China foram instaladas dentro do próprio país, com apenas 1,2 GW exportado. No entanto, alguns especialistas sugerem que esse número pode ser subestimado, dependendo da metodologia utilizada para contabilizar turbinas enviadas para o exterior.
A grande questão agora é: os fabricantes chineses conseguirão expandir a sua presença internacional ou a dependência do mercado interno limitará o seu crescimento? A resposta a essa pergunta pode moldar o futuro da energia eólica nos próximos anos.
O que vai acontecer no setor eólico mundial nos próximos 5 anos?
Nos próximos cinco anos, o setor eólico mundial deverá passar por mudanças significativas, impulsionado pela inovação tecnológica, novos mercados e desafios geopolíticos. Aqui estão algumas tendências-chave:
- Expansão da energia eólica offshore – A energia eólica no mar crescerá rapidamente, especialmente na Europa, China e Estados Unidos. Novas turbinas flutuantes permitirão a exploração de águas mais profundas, aumentando a capacidade instalada.
- Adoção de turbinas mais eficientes e potentes – Fabricantes investirão em turbinas de maior capacidade (acima de 15 MW), reduzindo custos e aumentando a produção de energia por unidade.
- Pressão para reduzir custos – A competição acirrada, principalmente entre fabricantes chineses e ocidentais, forçará a otimização da cadeia de suprimentos e a busca por materiais mais baratos e sustentáveis.
- Abertura de novos mercados – Países emergentes, como Brasil, Índia e Vietname, impulsionarão a procura por energia eólica, estimulando investimentos locais e a instalação de fábricas próximas aos mercados consumidores.
- Avanços no armazenamento e integração à rede elétrica – O desenvolvimento de baterias mais eficientes e a digitalização do setor ajudarão a integrar melhor a energia eólica ao sistema elétrico, reduzindo intermitências.
- Políticas governamentais e subsídios – Regulamentações ambientais e metas de descarbonização continuarão a impulsionar o setor, mas tarifas e mudanças políticas poderão afetar a competitividade de alguns fabricantes.
O crescimento continuará, mas o setor enfrentará desafios como a saturação do mercado chinês e a necessidade de inovação para manter a rentabilidade.
Peço desculpa da intromissão. Sou um adepto das energias renováveis. No entanto, parece dar-se pouco ênfase aos pequenos produtores assim como aos apoios , que são dirigidos de uma maneira geral às grandes empresas.
Seria interessante um artigo sobre turbinas eólicas para pequenos produtores, complementando os painéis fotovoltaicos.
Obrigado
É preciso apostar nas eólicas verticais para vivendas, mais acessíveis e com melhor desempenho, melhorar também a burocracia. Simplificar tudo para pequenos investidores.