Estudo revela que investimento em energias renováveis deve ser reduzido

Parque eólico - Energia Eólica

Um estudo do BPI sobre o mercado eléctrico conclui que Portugal deveria reduzir em 10,9 mil milhões de euros o investimento nas energias renováveis e adiar novo investimento em nova potência eólica.

“Os investimentos previstos no Plano Nacional de Acção para as Energias Renováveis PNAER devem ser reequacionados com impactos favoráveis, […] ao nível da redução do investimento previsto (-10,9 mil milhões de euros)”, indica o estudo do banco liderado por Fernando Ulrich.

Este reequacionar do PNAER – que prevê investimentos até 2020 -, acrescenta o estudo, também resultaria, positivamente, “numa menor pressão para subida das tarifas eléctricas“, devido às previsões sobre a tendência do preço do petróleo.

A análise do BPI indica que a “tecnologia fotovoltaica não é actualmente minimamente competitiva com as restantes tecnologias de produção de electricidade, pelo que os investimentos previstos, cerca de 1.344 megawatts e 4,7 mil milhões de euros, não devem ser efectuados”, pelo menos até que atinjam uma maior maturidade.

O BPI considera que os investimentos previstos para a central termoeléctrica a gás natural de Sines (830 MW) em centrais hídricas (considerando tanto a nova potência como os reforços de potência) são suficientes para fazer face ao consumo de electricidade estimado em ponta até 2020.

Por isso mesmo, adianta que “o investimento previsto na central termoeléctrica de Lavos, de 830 MW de potência instalada e 540 milhões de euros, não deve ser implementado”.

Também o investimento em nova potência eólica deve ser adiado, diz o BPI. “Dado o actual contexto de endividamento e de mercados financeiros, o investimento previsto em nova potência eólica, ascendente a 2.619 MW e a 3,4 mil milhões de euros, deve ser adiado”, pode ler-se no estudo.

O valor de investimento previsto realizar até 2020 no PNAER, a preços de 2010, indica o banco, ascende a 16,37 mil milhões de euros, num cenário de 10.966 MW de nova potência instalada.

Para o BPI, num cenário de investimento mínimo atingir-se-ia uma redução de 67% no montante de investimento, ou seja 10,9 mil milhões de euros.

Esse cenário implicaria investir nos seguintes projectos: um Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico com 2.204 MW (ou seja igual ao actual), reforços de potência hídrica com 1.951 MW, novos aproveitamentos hidroeléctricos de Ribeiradio (77 MW) e Baixo-Sabor (171 MW) e uma central termoeléctrica em Sines com 830 MW.

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