Brasil inaugura primeira central solar flutuante do mundo

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O primeiro projeto de exploração de energia solar em lagos de centrais hidroelétricas, com recurso de flutuadores foi inaugurado no passado dia 4 de março na Hidroelétrica de Balbina, no município de Presidente Figueiredo, no Amazonas (Brasil).

No próximo dia 11 de março será lançado na central hidroelétrica de Sobradinho, na Bahia um protótipo solar flutuante semelhante.

As placas fotovoltaicas flutuantes no reservatório da central solar amazonense vão gerar, inicialmente, 1 MWp de energia (1Megawatt pico, equivalente à geração de 1 MW no momento de maior insolação). A previsão é que em outubro de 2017 a potência seja ampliada para cinco MW, o que é suficiente para abastecer, por exemplo, 9 mil casas com uma área equivalente à de cinco campos de futebol.

Para os dois projetos na Hidroelétrica de Balbina e de Sobradinho está previsto um investimento de quase R$ 100 milhões (R$ 49,964 milhões da Eletronorte e R$ 49,942 milhões da Chesf), em ações previstas até janeiro de 2019, para gerar 10 MWp de energia elétrica.

Essas são as primeiras centrais de energia solar em lagos onde já existem hidroelétricas do mundo. As estruturas permitem aproveitar as sub-estações e as linhas de transmissão das hidroelétricas e a área sobre a água dos reservatórios, evitando a expropriação de terras. Projetos semelhantes foram já desenvolvidos em outros países como o caso da mega central solar Japonesa no lago Nishihira, mas em reservatórios comuns de água, não como neste caso em hidroelétricas.

Protótipo flutuante de Energia Solar Fotovoltaica na Hidroelétrica da Balbina.
Protótipo flutuante de Energia Solar Fotovoltaica na Hidroelétrica de Balbina.

Em resumo as principais vantagens da instalação de centrais solares flutuantes na área dos reservatórios de água de centrais hidroelétricas já existentes, é a possibilidade de usar as linhas de transmissão de energia elétrica já existentes nas Hidroelétrica e evitar a expropriação de terras.

Os flutuadores da central solar na Hidroelétrica de Balbina foram produzidos em Camaçari, na Bahia, e os próximos vão ser fabricados no Amazonas. Segundo Orestes Gonçalves, sócio-diretor da empresa Sunlution, responsável pelo desenvolvimento do projeto, a iniciativa vai contribuir para a geração de empregos locais.

A construção será de responsabilidade da empresa brasileira Sunlution, em parceria com a fabricante de equipamentos WEG e participação das universidades federais de Pernambuco e do Amazonas, bem como da Fundação de Apoio ao Rio Solimões.

De acordo com José da Costa Carvalho Neto (presidente da Eletrobras), a tendência é que o Brasil amplie a produção de energia solar, o que pode refletir futuramente na redução da fatura de eletricidade. Mas ressaltou que não dá para avaliar a queda percentual, pois ainda não se sabe quanto será o custo da energia solar. Mas adiantou que será uma “redução substancial”.

Segundo José da Costa Carvalho Neto, a participação da energia solar na matriz elétrica brasileira é muito pequena, mas deve ser alvo de crescimento nos próximos anos, podendo chegar a 5%, 10% ou até alcançar uma valor superior. “O custo dos paineis solares fotovoltaicos continua a decrescer. A energia solar vai ficar muito barata, e essa economia será repassada para as tarifas que beneficiam o consumidor brasileiro”.

Este projeto vai servir para analisar o grau de eficiência da interação de uma central solar, em conjunto com a operação de centrais hidro-elétricas, e a influência no ecossistema dos reservatórios.

Após os estudos, a expectativa é que a geração de energia solar seja de 300 MW, podendo abastecer 540 mil residências.

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